O Céu e o Inferno ou a justiça divina segundo o Espiritismo

Allan Kardec

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11. A reencarnação pode ocorrer na Terra ou em outros mundos. Entre os mundos, há os que são mais avançados do que outros, onde a existência se realiza em condições menos penosas do que na Terra, física e moralmente, mas onde são admitidos apenas Espíritos chegados a um grau de perfeição compatível com o estado desses mundos. A vida nos mundos superiores já é uma recompensa, pois lá se está isento dos males e das vicissitudes dos quais se é alvo na Terra. Os corpos, menos materiais, quase fluídicos, não estão sujeitos às doenças, nem às enfermidades, nem às mesmas necessidades. Estando os maus Espíritos dali excluídos, os homens vivem em paz, sem outro cuidado senão o de seu avanço pelo trabalho da inteligência. Lá reinam a verdadeira fraternidade, porque não há egoísmo; a verdadeira igualdade, porque não há orgulho; a verdadeira liberdade, porque não há desordens a reprimir, nem ambiciosos tentando oprimir o fraco. Comparados à Terra, esses mundos são verdadeiros paraísos; são as etapas do caminho do progresso que conduz ao estado definitivo. Sendo a Terra um mundo inferior destinado à depuração dos Espíritos imperfeitos, é por essa razão que o mal aí domina até que Deus queira fazer dela a morada de Espíritos mais avançados. É assim que o Espírito, progredindo gradualmente à medida que se desenvolve, chega ao apogeu da felicidade; mas, antes de ter atingido o ponto culminante da perfeição, ele goza de uma felicidade relativa ao seu avanço. Tal como a criança saboreia os prazeres da primeira infância, mais tarde, os da juventude, e finalmente os mais sólidos da idade madura.

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