Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1863

Allan Kardec

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O presidente da Sociedade Espírita de Constantinopla, membro honorário da Sociedade Espírita de Paris, escreve-nos o que segue, em data de 22 de maio último:

“Caro senhor Allan Kardec e irmão espírita,

“Há muito tempo me proponho dar-vos notícias minhas, mas não creiais que por isso haja descanso na propaganda espírita. Ao contrário, há mais atividade do que nunca. Crede que neste país inteiramente fanatizado e arregimentado nas seitas, por toda parte o Espiritismo encontra obstáculos que talvez não existam em parte alguma, mas suas raízes são tão vivazes e tão produtivas que, malgrado tudo, penetram pouco a pouco e acabarão por lançar brotos vigorosos, que nenhum poder humano poderá destruir.

“Constantinopla já conta com numerosos adeptos do Espiritismo e, posso afirmar, nas classes mais elevadas da Sociedade. Apenas notei que cada um se fecha em si, por medo de se comprometer.

“Permiti-me citar um fato que aqui se passa, e que denota até que ponto o Espiritismo se inculca: é que vários livreiros que importaram livros espíritas, notadamente o Livro dos Espíritos e o Livro dos Médiuns, os vendem imediatamente, e a quem? Nós, espíritas conhecidos e confessos aos olhos de todos, o ignoramos. Temos certeza do fato, para o qual chamo a vossa atenção, porque, quando alguns dentre nós quer comprar vossas obras, o livreiro responde: ‘Eu as recebi e as vendi imediatamente.’ Nós nos perguntamos quem monopoliza essas obras, assim que são desembaladas, a ponto tal que os nossos, quando as querem comprar, não as encontram.........

“Eis agora outra notícia que certamente não vos interessará menos:

“Nosso amigo e irmão espírita Paul Lombardo, médium desenhista, do qual vos mandei algumas flores, executou uma pintura em aquarela representando um belo buquê de flores, entre as quais os amadores destacam uma dália-papoula aveludada de um efeito magnífico; todas as outras flores, como rosas, cravos, tulipas, lírios, camélias, margaridas, dormideiras, escovinhas, amores-perfeitos, etc., são de uma finura e naturalidade perfeitas.

“Levei-o a apresentar o quadro à Exposição Nacional Otomana, agora aberta, e o quadro foi ali admitido com esta inscrição:


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