Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1864

Allan Kardec

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O Sr. Dombre, presidente da Sociedade Espírita de Marmande, manda-nos o seguinte:

“Com o auxílio dos bons Espíritos, em cinco dias livramos de uma obsessão muito violenta e muito perigosa, uma jovem de treze anos, do poder de um mau Espírito, desde 8 de maio último. Diariamente, às cinco da tarde, sem faltar um só dia, ela tinha crises terríveis, de causar piedade. Essa menina mora em bairro distante, e os parentes, que consideravam a doença como epilepsia, não falavam mais nisso. Entretanto um dos nossos, que mora na vizinhança, foi disso informado, e uma observação mais atenta dos fatos permitiu-lhe facilmente reconhecer a verdadeira causa. Seguindo o conselho dos nossos guias espirituais, imediatamente nos pusemos à obra. A 11 deste mês, às 8 horas da noite, em nossas reuniões, começamos por evocar o Espírito, moralizá-lo, orar pelo obsessor e pela vítima e a exercitar sobre ela uma magnetização mental. As reuniões eram feitas todas as noites, e na sexta-feira, dia 15, a menina sofreu a última crise. Só lhe resta a fraqueza da convalescença, consequência de tão longos e tão violentos abalos, e que se manifesta pela tristeza, pela languidez e pelas lágrimas, como nos havia sido anunciado. Pelas comunicações dos bons Espíritos, diariamente éramos informados das várias fases da moléstia.

“Essa cura, que noutros tempos uns teriam considerado como um milagre, e outros como um caso de feitiçaria, pelo que, de acordo com a opinião, teríamos sido santificados ou queimados, produziu uma certa sensação na cidade.”

Felicitamos os nossos irmãos de Marmande pelo resultado que obtiveram no caso e somos felizes de ver que aproveitaram os conselhos contidos na Revista, por ocasião de casos análogos relatados ultimamente. Assim, eles puderam convencer-se da força da ação coletiva, quando dirigida por uma fé sincera e uma ardente caridade.

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