Revista espírita — Jornal de estudos psicológicos — 1861

Allan Kardec

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Egoísmo e orgulho (Sociedade espírita de sens)

Se os homens se amassem com mútuo amor, a caridade seria mais bem praticada. Mas, para isso, seria necessário que vos esforçásseis para vos desembaraçardes dessa couraça que cobre os vossos corações, a fim de serdes mais sensíveis aos corações que sofrem. A rijeza mata os bons sentimentos. O Cristo não desanimava. Aquele que a ele se dirigisse, fosse quem fosse, não era repelido. A mulher adúltera e o criminoso eram por ele socorridos. Ele jamais temia que sua própria reputação sofresse por isso. Quando, pois, o tomareis por modelo de todas as vossas ações? Se a caridade reinasse na Terra, o mau não mais teria domínio; fugiria envergonhado; ocultar-se-ia, porque em toda parte sentir-se-ia deslocado. Então o mal desapareceria da face da Terra, convencei-vos disto. Começai por dar o exemplo, vós mesmos. Sede caridosos para com todos, indistintamente; esforçai-vos por tomar o hábito de não mais notar os que vos olham com desdém; crede sempre que eles merecem vossa simpatia, e deixai a Deus o cuidado de toda justiça, porque a cada dia, em seu reino, ele separa o joio do trigo. O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem caridade não há repouso na Sociedade. Digo mais: nem segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que se dão as mãos, será sempre uma corrida em favor do mais hábil, uma luta de interesses, onde são calcadas aos pés as mais santas afeições; onde nem mesmo os laços sagrados da família são respeitados.

PASCAL

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